sexta-feira, 29 de outubro de 2010

FISIOTERAPIA EM PACIENTES NEUROLÓGICOS

Esse mês, vamos iniciar um novo quadro aqui no Blog, todo mês trarei matéria de um colega voltada para a neurologia de pequenos animais. Na estréia o Dr Lucas Lara escreveu um texto sobre fisioterapia e sua importância na recuperação dos pacientes, os pacientes abaixo relacionados foram atendidos pelo dr. Marcos Mota Borges Pereira na clínica ANIMAL VALE em São José dos Campos.





Afecções Neurológicas e Fisioterapia

A fisioterapia tem grande importância na manutenção e recuperação das funções dos pacientes com disfunções neurológicas. As alterações neurológicas podem causar perdas das funções motora e sensitiva. Os efeitos secundários dessas afecções podem ser tão graves quanto a lesão primária, por exemplo, o animal pode desenvolver contraturas, que impossibilitam a recuperação motora, outras complicações como úlceras de decúbito e pneumonia aspirativa, podem ser fatais.

Um programa de reabilitação apropriado é um componente importante do plano de tratamento de um paciente com disfunções neurológicas.

Os objetivos de um programa de reabilitação de lesões medulares agudas (hérnias, traumatismos) são: redução da dor pós-operatória e muscular, manutenção da amplitude de movimento articular, prevenção do desenvolvimento de uma atrofia muscular e restauração da função neuromuscular. Entre as modalidades terapêuticas que pode utilizar estão a crioterapia, que é útil no processo inflamatório pós-cirúrgico, eletroestimulação neuromuscular (FES), para evitar a perda de massa muscular, laserterapia, devido às suas características antiinflamatórias e analgésicas e acelerar a cicatrização. À medida que o animal vai melhorando são adicionados os exercícios ativos, como exercício de equilíbrio e coordenação, através da utilização de pranchas, bola suíça entre outros; atividade de deambulação, feito através de pista de propriocepção (pista com os mais variados tipos de pisos – areia, argila, grama, entre outros) ou pista de cones. Se a lesão da medula for localizada e tiver a percepção de dor profunda nos membros afetados possuirá um bom potencial de recuperação.

Foto: Paciente fazendo exercício com bola suíça para melhoria de equilíbrio, coordenação e fortalecimento muscular.

Em lesões crônicas da medula espinhal, que são comuns na medicina veterinária, acometendo principalmente cães idosos, a recuperação costuma ser mais longa quando comparada às lesões agudas. È preferível iniciar o tratamento conservativo ou cirúrgico, bem como a reabilitação, enquanto o animal ainda estiver caminhando. Os objetivos são redução da dor muscular e pós-operatória, através da utilização de gelos e TENS (estimulação nervosa transcutânea), melhora da amplitude do movimento articular, com alongamentos e mobilização passiva das articulações; reversão da atrofia muscular (FES e exercícios ativos); e restauração da função neuromuscular (exercícios de equilíbrio e coordenação).

Vídeo: Paciente realizando FES para evitar maior perda de massa muscular.

Além das patologias de colunas a fisioterapia pode ser utilizada em lesão de nervos periféricos e afecções neuromusculares (neuropatias, miopatias).

Como podemos ver a fisioterapia tem um papel importante na recuperação de pacientes neurológicos, o prognóstico depende do grau de lesão e do tempo que se demorou para começar o tratamento. A reabilitação pode ser maximizada pela colaboração e participação do paciente, proprietário e do terapeuta.

  


                                                  
O dr Lucas Lara trabalha com fisioterapia e reabilitação  de pequenos animais, atende em São José dos Campos e Vale do Paraiba - 12 8844 - 1402 / lucaslara_vet@hotmail.com

2 comentários:

  1. Ola dr., bem na vdd gostaria mto de me esclarecer com o sr., tinha uma cadela de 15 anos, q estava com piometria, infecção no útero, e foi operada retirando td, só q após algumas horas ela começou a latir sem parar, foram 2 dias e duas noites, e não se levantava, parecia q ainda estava anestesiada,e sempre vomitando, só água, pois não queria se alimentar chamei uma veterinária, ela aplicou várias injeções, plasil, vitamina, p/fígado, e a maldita morfina, pois pensávamos q estava com mtas dores, mas depois deste procedimento td e q ela foi examiná-la, e viu q tinham usado as duas veias jugulares, e ela estava com um "bolo" mto grande em baixo do pescoço. Bem dr., eu não reparei q estava inchado em baixo do pescoço, pois além dela ser bem gordinha, a cirurgia era lá em baixo, aonde eu estava concentrada na sua recuperação, ela foi operado no instituto de medicina veterinária j.v. na Mangueira - rj, pela dra. Priscilla, a peça cirurgica q foi retirada, foi para fazer biópsia, e só terei o resultado dia 01-03. Pois então dr. depois q a veterinária aplicou as injeções, infelizmente a minha loira querida SASHA faleceu, operou dia 01-02 e faleceu dia 03-02. Tadinha desde a cirurgia até a sua morte, não comeu, não dormiu, não fez xixi, e latiu sem parar. Gostaria de um comentário seu à respeito, e se possível me mande por email q é: luizagmoura@globomail.com Ficarei imensamente grata pela sua atenção. Um abraço

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  2. Excelente trabalho.
    Quando usa-se o FES tem que fazer o movimento desejado, por isso o nome Functional Electrical Stimulation, ou seja, se não tem função não há estímulo.
    Qualquer coisa pode contatar fisio.marcus@gmail.com
    Um grande abraço

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