sexta-feira, 18 de junho de 2010

INSULINOMA

O insulinoma é uma tumor do pancreas de células beta das ilhotas pancreáticas e secretam quantidades excessivas de insulina,  com alto grau de malignidade. Os sinais clínicos apresentados são fraqueza após exercícios, letargia e convulsões. Não existe predileção por sexo nem por raça, mais a grande maioria dos cães  acometidos estão acima de 6 anos. Os sintomas clínicos resultam de neuroglicopenia ou do aumento adrenérgico induzido pela hipoglicemia. Todo quadro de hipoglicemia recidivante o insulinoma deve ser considerado, não existe alterações em bioquimica ou hemograma, os exames que darão alteração será o de glicemia e o de concentraçao de insulina após jejum de 8 horas.
Uma elevada concentração de insulina num paciente hipoglicêmico, é coerente com insulinoma.
(soro de insulina x 100 / glicemia - 30)
É interessante que se realize um ultrassom abdominal, mesmo sabendo que os insulinomas são em sua grande maioria microtumores, mais com alto grau de metástase, principalmente em estruturas adjacentes (omento, fígado, linfonodos mesentéricos).
TRATAMENTO :
A administração exagerada de dextrose intravenosa para correção da hipoglicemia, deve ser evitada para impedir a estimulação de insulina pelo tumor e a piora da hipoglicemia. Tal hipoglicemia de rebote pode resultar num ciclo vicioso difícil de quebrar e pode ser fatal.
O tratamento pode ser cirúrgico ( pancreotomia parcial ), medicamentoso ( prednisona, diazóxido ) ou ambos. Existe muita controvérsia em relação a cirúrgia e a sobrevida que ela oferece, em relação ao tratamento terapêutico. 
Quimioterapia, pode ser usada, a droga de escolha é a Estreptozotocina.
Esse paciente estabilizado deve ser alimentado a cada 2 a 3 horas com pequenas quantidades de ração.
Como toda a doença o diagnóstico precoce ajuda a um tratamento de melhores resultados.
Caso relatado de um canino macho, 8 anos S.R.D. , que estava a 2 dias com andar incoordenado, caindo com frequência e apresentou 2 vômitos.
No exame físico observou uma alteração do estado mental ( depressivo ), muito sonolento, letargico, mucosas normocrômicas, temperatura 37,9 C, linfonodos normais, pupilas responsivas, polineuropatia.
Exames realizados : urina tipo 1, glicemia seriada ( 2 em 2 horas ), quando se constatou-se uma hipoglicemia persistente, mantendo-se mesmo após jejum de 8 horas. Foi pedido ultrassom abdominal, onde nada foi observado, a não ser o fígado um pouco aumentado, e foi pedido a concentração de insulina no sangue, ao qual de maior que 30, sendo o resultado compatível com insulinoma.
No mesmo dia em que se fechou o diagóstico o paciente começou apresentar convulsões que foram controladas com fenobarbital; foi iniciado o tratamento com predinisolona, mais após 2 dias o animal veio a óbito.Na necrópsia foi encontrado um pâncreas aumentado de volume e algumas áreas com superfície diferenciada das demais. O insulinoma apresenta hoje várias alternativas e protocolos para tratamento, alguns mais caros, outros mais baratos, mais ele ainda é um tumor de difícil controle e quase sempre fatal, a sobrevida com o tratamento adequado é em torno de 6 meses a 1 ano, apesar de relatos de sobrevida de 2 anos, isso é raro.


VEJA VÍDEO :
http://www.youtube.com/watch?v=CP3ZiZsT-w8

    LITERATURA CONSULTADA:


Manual de endocrinologia canina e felina BSAVA
Manual of canine and feline neurology BSAVA
Locally produced growth hormone in canine insulinomas, J.H. Robben, et al
Improved survival in a retrospective cohort of 28 dogs with insulinoma, G.A. Polton, Journal of Small Animal Practice (2207).
Treatment of insulinoma in a springer spaniel with streptozotocin, R. Bell, et all Journal of Small Animal Practice.

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