Neurologia Veterinária: INSTABILIDADE ATLANTOAXIAL

Entre o atlas e o axis ( C1 e C2 ), não existe disco intervertebral, é uma diartrose e o dente do áxis está conectado com o occipital e o atlas através dos ligamentos transverso, apical, alares e atlantoaxial dorsal. A instabilidade atlantoaxial ( IAA ), é uma afecção que pode resultar na compressão da medula espinhal e consequentemente no surgimento de alterações neurológicas. As causas podem ser traumáticas e congênitas, sendo a ausência e a hipoplasia do processo odontóide do áxis as mais encontrada em cães. Acomete principalmente cães da raça toy.
O quadro de dor apresenta-se como um dos mais intensos observados na clínica de cães. Cães da raça toy que demonstram dor cervical ou déficit motor atribuídos à lesão espinhal nunca devem ser submetidos a vigorosa flexão do pescoço durante exame físico.
O diagnóstico da IAA, é baseado na sintomatologia clínica do animal, sendo confirmado com base nos exames de imagem (radiografias e tomografias ), onde na projeção lateral observa-se o deslocamento dorsal do áxis em direção ao canal vertebral, e um aumento da distância entre o arco dorsal do atlas e o processo espinhoso do áxis; as projeções ventrodorsais com a boca aberta e laterais oblíquas evidenciam melhor a ausência ou fratura do processo odontóide.
Tratamento médico seria o uso de colar cervical de 1 a 2 meses, podendo de estender, além de limitar a movimentação do pescoço ele fará com que se forme um tecido fibroso para estabilizar a articulação atlanto-axial. A segunda opção é quando os sintomas neurológicos ficam piores e ou com o uso do colar não resolveu, esse paciente deve ser encaminhado para cirurgia de fixação e estabilização da articulação através do uso de parafusos e ou cimento cirúrgico, dependendo da técnica utilizada.